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Murilo Rubião

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Eugênio Rubião: perfil biográfico

Eugênio Álvares Rubião nasceu na cidade de Silvestre Ferraz, atual Carmo de Minas, Minas Gerais, em 14 de abril de 1887, e morreu em Belo Horizonte em 01 de março de 1949. Filho de Francisco de Barros Álvares Rubião e Mariana Camila Noronha Rubião, era irmão de Luiz José Álvares Rubião, escritor e jornalista radicado em São Paulo. Foi escritor, filólogo e professor. Começou a lecionar em sua cidade natal e depois em outros municípios da sua região, no sul de Minas.

Casou-se com Maria Antonieta Ferreira Rubião, com quem teve quatro filhos. Entre eles, o escritor Murilo Eugênio Rubião (1916-1991), que em seu breve “Autorretrato” escreve: “Meu pai, homem de boa cultura humanística, era filólogo e pertenceu à Academia Mineira de Letras. Escrevia com rara elegância, apesar de gramático.”¹ Seus outros filhos foram o médico Paulo Emílio, Maria Olympia e Maria Eugênia.

Com os filhos ainda crianças, o casal mudou-se para Belo Horizonte, fixando moradia numa casa na Rua Goitacazes, no centro da cidade, região onde morava a família de Maria Antonieta. Eugênio Rubião começou a lecionar na Escola Normal Modelo, atual Instituto de Educação, e mais tarde no Colégio Arnaldo. Nesses educandários, formou gerações de estudantes, destacando-se pela dedicação e pelo profundo conhecimento da língua portuguesa.

Segundo Maria do Sameiro Fangueiro, “Reconhecido por sua obra, Eugênio Rubião foi contemplado com a cadeira n.35 da Academia Mineira de Letras, sucedendo a Navantino Santos (1885-1946), seu fundador.”² Escreveu para o jornal Folha Nova, de Carmo de Minas, como colaborador, tendo três crônicas publicadas: “Olhos verdes”, no n.2, em janeiro de 1914; “Um domingo de 1914”, no n.4, em fevereiro do mesmo ano; e “Riacho do Carmo”, no n.425, em novembro de 1922.

Rubião publicou três livros de prosa: No horto suave da legenda, em 1923; Trovas, em 1938; e Nos caminhos do Evangelho, em 1939, sendo os dois últimos editados pela Oficina Gráfica Editora Renato Americano, no Rio de Janeiro. Escreveu também três obras didáticas: Prontuário de ortografia e prosódia, em 1936; Pontuação, em 1935; e Trechos errados, editado em Belo Horizonte pela Imprensa Oficial em 1944.

Rubião homenageia a cidade de Belo Horizonte no poema “Bello Horizonte ao luar…”, transcrito das páginas da revista Cidade luz:

Bello Horizonte ao luar…³

A cidade adormece devagar,
á calma azul do longe firmamento;
aos poucos, uma flauta, em langue accento,
canta na paz augusta do luar…

E as arvores, na doce luz lunar,
como ouvem, num suave encantamento,
a branda flauta, em dulcido lamento,
que á noite azul parece enfeitiçar…

O céo, ardendo em claridade astral,
é como grande e concavo vitral,
que a terra beija de um clarão de prata.

E um olor de magnolia ondeia e cresce,
toma toda a cidade que adormece
sob o pallio de luz que se desata…

¹ RUBIÃO, Murilo. Autorretrato, 1949.
² FANGUEIRO, Maria do Sameiro. Eugênio Álvares Rubião.
³ RUBIÃO, Eugênio. Bello Horizonte ao luar…, 1931.

Referências

DUARTE, Constância (org.). Dicionário biobibliográfico de escritores mineiros. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2010, p. 151-152.

FANGUEIRO, Maria do Sameiro. Eugênio Álvares Rubião. Projeto Periódicos & Literatura: publicações efêmeras, memória permanente. Fundação Biblioteca Nacional. Brasil. Disponível em: http://bndigital.bn.gov.br/dossies/periodicos-literatura/personagens-periodicos-literatura/eugenio-alvares-rubiao/. Acesso em: 27 jun. 2022.

RUBIÃO, Eugênio. Bello Horizonte ao luar… Cidade luz, ano 1, n.1, fev. 1931.

RUBIÃO, Murilo. Autorretrato. Leitura, Rio de Janeiro, s.p, set. 1949.

SUPLEMENTO LITERÁRIO MINAS GERAIS. Série Literatura Mineira (desde as origens). Belo Horizonte, v. 13, n. 600, p. 11, abr. 1978.